Egito. Quando falamos de Egito nos vem inúmeras coisas em nossas mentes como pirâmides, desertos, múmias, sarcófagos, faraós e esfinges, estamos aqui falando de um grande império da antiguidade, não um império expansionista e conquistador como aconteceu posteriormente com Roma, mas sim um império no sentido de um governo gigantesco, organizado e liderado por um único homem, o rei divino (poder centralizado) mais conhecido como o Faraó.
Nesse artigo vou expor aqui um pouco da vida egípcia antiga, desde sua "fundação" do ano 3000 a.C até o reinado novo com a dinastia Ptolomaica, falarei de suas grandes construções, quem as construiu, a unificação do baixo e do alto Egito, quem conseguiu fazer tal unificação, a vida egípcia, seus deuses, ritos e cerimônias, o processo de mumificação, para que serviam as múmias, também sobre a ùnica faraní( Faraó mulher) que se tem notícia no Egito antigo entre outras coisas. Como vemos o Egito é muito mais do que pirâmides, múmias e faraós é um lugar riquíssimo de história, no rumo de vida da humanidade não podemos excluir um dos maiores impérios da antiguidade, o Egito.
O Egito: Uma dádiva do Nilo
A história do Egito podemos dizer que vai além de 3.000 a.C, mas costumamos dizer que o Egito como conhecemos um reino unificado começou nessa data quando o rei Menés (Narmer), há indicios que esses dois nomes fossem uma só pessoa, unificou o alto e o baixo Egito e se tornou rei de um único território, o Egito.
Como o título supõe o Egito é considerado uma dádiva do Nilo( frase do historiador HERÓDOTO) pelo motivo óbvio, o Egito está localizado em um lugar extremamente seco e árido e sem o Nilo não seria possível se desenvolver naquela região nenhuma civilização por mais simples que fosse. Nos primórdios da ocupação do território que posteriormente seria o Egito, os povos nômades se estabeleceram no delta do Nilo e ali começaram a se fixar na terra usufruindo do rio para tudo, quando o Nilo enchia, inundava tudo a quilometros dessa forma quando o rio secava novamente se estabelecia lá um tipo de 'mangue' ou seja terra muito úmida e propícia para o plantio e dessa forma outros povos foram se estabelecendo perto do Nilo.
Os historiadores dizem que tudo isso só foi possível por causa de um único motivo: A Hipótese Causal Hidráulica, que de grosso modo os historiadores afirmam que o controle das águas do rio Nilo foi o principal motivo para a formação de um estado na região, sem o controle no uso das águas não haveria como qualquer sociedade progredir naquela região tão árida e seca.
A história propriamente dita do Egito se estende por 30 séculos. desde a unificação egípcia no ano 3.000 a.C até o ano 300 a.C, dentro desse período ocorre as mais fantásticas histórias do mundo egipcio, 30 famílias ou dinastias reversaram-se e passaram pelo poder, logicamente não temos condições históricas, científicas e nem relatos suficientes para estudarmos todas as dinastias. Esse enorme periodo foi dividido em 7 eras: a Inicial( era arcaica, a partir da unificação egípcia); Três eras de grandezas( O alto, o médio e o Baixo Egito); as eras intermediárias( Espaço de tempo entre as três eras de grandeza, entre o alto e o médio e entre o médio e o baixo, foram duas eras intermediárias); e o período final( que trouxe a derradeira decadência do Egito).
A era Arcaica: Se estende do ano 3000 a.C compreende as duas primeiras dinastias que se tem notícias no Egito antigo(1-2) e vai até por volta do ano 2400 a.C que é quando começa o período do Alto Egito, Como o próprio nome nos diz foi um período muito arcaico ou seja de menor expressão em comparação aos outros períodos egípcios.
O Reino Antigo: Também conhecida como a era das pirâmides, foi ai que se começou a construir as pirâmides como nos é conhecida hoje, esse período se estende do ano 2400 a.C até por volta de 2100 a.C. Esse período corresponde quatro dinastias(3-6).
OBS: ALGUNS HISTORIADORES NÃO RECONHECEM A SEPARAÇÃO ENTRE O PERÍODO ARCAICO E O REINO ANTIGO, DEIXANDO ASSIM DESSA FORMA COMO UM UNICO PERÍODO,SENDO ASSIM TODO ESSE PERÍODO CORRESPONDE AO REINO ANTIGO.
Primeiro período intermediário: Em geral todos os períodos intermediários foram períodos de instabilidade políticas no Egito, causadas por inúmeros motivos entre eles podemos citar, falta de organização política, invasão de povos estrangeiros que enfraqueceu a estrutura egípcia e catástrofes naturais. Esse período corresponde a 4 dinastias e meia.(7-10; e metade da 11)
OBS: TODOS OS PERÍODOS E DINASTIAS ATÉ AQUI CITADOS SE ENCONTRAM NO QUE COSTUMAMOS CHAMAR DE PERIODO DE COBRE.
Reino Médio: O reino médio. Corresponde do fim da décima primeira a se estende até a décima segunda( 11-12). Esse período corresponde ao que chamamos de Período inicial do Bronze.
Segundo período intermediário: particularmente esse período é marcado pela invasão dos Hicsos ao território egipcio e seu dominio. É nesse período que se chega ao apogeu do Bronze que vai se estender até o fim do terceiro período intermediário. Esse período corresponde cinco dinastias( 13- 17)
Reino Novo: É caracterizado por um período de expansão imperial egipcio e corresponde a três dinastias( 18-20)
Período Final: Vamos deixar todas as outras dez dinastias restantes dentro desse período que pode ser dividido em dois: terceiro período intermediário e a Época Tardia.
No Terceiro período intermediário: corresponde a 4 dinastias que vai da vigésima primeira até a vigésima quarta(21-24). A Época Tardia é o último período da história egípcia e corresponde a exatamente seis dinastias da vigésima quinta a trigésima( 25-30), esse período corresponde a fazes de domínios dos Persas e Assírios sobre o Egito. Após isso tem-se por encerrada a grande história do Egito antigo como um império.
Colocando em números, melhor dizendo em datas todos esses períodos da história egípcia temos a seguinte tabela:
Era Arcaica: 3000 a.C - 2649 a.C
Reino Antigo: 2649 a.C - 2134 a.C
Primeiro período Intermediário: 2134 a.C - 2040 a.C
Reino Medio: 2040 a.C - 1640 a.C
Segundo período intermediário: 1640 a.C - 1550 a.C
Reino Novo: 1550 a.C - 1070 a.C
Terceiro período intermediário: 1070 a.C - 712 a.C
Época Tardia: 712 a.C - 332 a.C.
A ESCRITA EGÍPCIA.
A escrita para os egípcios tinham uma gigantesca utilidade tanto em relação as coisas sagradas quanto nas cotidianas. Ela surge primeiramente como um fator de necessidade. Não podemos esquecer que a sociedade egípcia era conhecida como sociedade palaciana-aldeã. Na prática, significava que o palácio era sustentada pela aldeia, ou seja, como forma de imposto, pago ao faraó, dono de todas as terras, os egípcios pagavam impostos em forma de produção agrícola. Mas como registrar quem pagou o imposto ou não? Esta foi a solução encontrada, a escrita. Logicamente, a escrita passou a ser utilizada para bem mais funções além da contabilização de impostos. A escrita tornou-se portanto uma forma de diferenciação social, sendo esta restrita as escribas. Na verdade existiam três tipos de escrita no Egito: HIEROGLIFICA ( geralmente utilizada em escritas nos túmulos), HIERÁTICA ( simplificação da hieroglifica) e a DEMÓTICA ( utilizadas para escritoas de menor importãncia)
Hieroglifica Hierática Demótica
Dentro desses períodos egipcios ocorreram as mais belas, intrigantes e maravilhosas histórias de um povo que deu muito para a modernidade. Um dos pontos altos da sociedade egipcia era a organização política egipcia.
Na ponta da pirâmide estava o Faraó( rei, as vezes considerado a reencarnação de um deus, as vezes considerado o próprio deus), abaixo do rei estava o Tjaty = Vizir( Tjaty/Vizir: era o Braço direito do faraó, era um administrador, um primeiro ministro, era geralmente irmão do rei ou uma pessoa muito influente), abaixo do Tjaty estava a administração que era os funcionários e especialistas pessoas que trabalhavam diretamente ou indiretamente com o rei, funcionários que trabalhavam dentro dos palácios. Abaixo vem os Camponeses/ Criadores, eram as pessoas que trabalhavam no Egito (rsrsrsr).
Ao contrario do que pensam muitos, as grandes construções egípcias não foram construídas por escravos e sim pelos próprios egipcios, sempre remunerados pelo faraó.
A economia do Antigo Egipto assentava na agricultura. Em teoria todas as terras pertenciam ao rei, mas a propriedade privada foi uma realidade. Os documentos revelam que a partir da IV dinastia afirmou-se uma tendência para a privatização do solo, resultado de doações de terras por parte do rei aos funcionários ou da aquisição desta por parte dos mesmos. Por altura da V dinastia os templos possuíam também grandes propriedades.
Outro ponto alto da vida egípcia, talvez o mais alto era a religião, não é nenhum exagero dizer que quase tudo na vida egípcia girava em torno da religião,por exemplo os maiores templos, riquezas, pirâmides, riquezas, tudo isso, tem um motivo religioso.
Como sabemos os egípcios eram altamente religiosos, todos politeístas ou seja, adoravam vários deuses, acreditavam na vida após a morte, adoravam animais (Zoomorfismo) e adoravam deuses que eram representados com o corpo metades animais e metades homens( Antopozoomorfismo).
No Egito havia três tipos de religiões a religião oficial, com doações e oferendas que eram aquelas praticadas pelos faraós e deuses, havia também religião osiriana que era a religião dos mortos e a religião popular aquelas que os animais eram os principais adorados.
Abaixo está uma lista de deuses egípcios e como são representados:
*Bastek: Deusa das cidades(gato) deus local.
*Sobek: Deus das águas do nilo(crocodilo) deus local.
*Taweret: Deusa das mulheres grávidas, da fertilidade e dos campos(Hipopótamo).
*Hórus: Deus do céu(Falcão) deus universal.
*Seth: Deus da desordem, dos desertos e da guerra(chacal).
*Anúbis: Deus da mumificação/embalsamento(cabeça de chacal)
*Háton: Deusa das mulheres/árvores/sexualidade(disco solar,chifre de vaca, cabeça de vaca ou corpo de vaca)
*Thot: Deus da escrita e da contagem( Cabeça de íbis ou de balbuíno)
*Min: Deus da fertilidade Masculina.
Existiam outros milhares de deuses egípcios, colocamos esses para verem como os egipcios levavam a questão religiosa tão a sério, com sua sociedade teocrática(Deus(es) no centro).
Envolto dessa religiosidade toda, os faraós mais por motivos políticos do que motivos religiosos se alto denominavam enviados dos deuses, reencarnação dos deuses ou o próprio deus, com o título de um ser divino, o mesmo teria total proteção contra ataques, pois quem iria atacar, destronar ou matar um ser "divino" como o faraó?
Um ponto alto da religião egípcia e que deixou legado para a posteridade foram as pirâmides, complexos funerários que acolhiam o corpo do rei em sua viagem ao além. A prática da mumificação foi de grande importância para o desenvolvimento e o conhecimento de técnica medicinais, o conhecimento do corpo humano e seu funcionamento auxiliou na cura e precauções de doenças. Os egípcios praticavam, por exemplo, pequenas cirurgias. para além da função médica, a mumificação foi desenvolvida para preparar o corpo do egípcio para vida após a morte e no Julgamento de Osíris. Por este motivo, todos os órgãos do morto eram retirados do corpo, deixado apenas o coração.
O JULGAMENTO DE OSÍRIS.
Após a morte, os egipcios criam que haveria um julgamento presidido pelo deus Osíris. O morto seria levado ao julgamento pelo deus Anubis e deveria fazer sua defesa ( presente nos livros dos mortos aos 42 juízes) e teria seu coração ( símbolo de sua mente, ações) pesado em uma balança, o contrapeso seria uma pena. Caso o coração fosse mais leve que uma pena, ele iria viver para sempre no "paraíso", caso o coração pesasse mais que a pena, este sofreria a morte da alma e seu coração seria devorado pela deusa Ammut ( a devoradora de mortos)
A imagem acima mostra a cena do julgamento de Osiris.
Osiris está sentado em seu trono.
Anubis, o deus com a cabeça de Chacal, levando o morto ante a presença de Anubis.
Os 42 juízes, sentados, mostrados acima da imagem.
A balança que pesava o coração(intenções ações) dos mortos.
O deus Ammut, esperando o resultado para devorar o coração do morto.
A história Egípcia é simplesmente fantástica e encantadora, por séculos as pesquisas arqueológicas foram descobrindo pequenas parcelas da vida deste povo tão incrível. Ainda há muito a se descobrir sobre esta civilização.
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