2 de agosto de 2010

A “negra” história estadunidense: Imperialismo, dominação e riqueza a custa de sangue, roubo e descaso.


Antes de qualquer coisa, venho esclarecer para aqueles que possam achar o título um tanto preconceituoso pela expressão “negra” ser utilizada aqui como sinônimo de uma história ruim. Não uso tal expressão de modo pejorativo e nem tento por meio desse dizer que quando uma coisa é negra venha a ser ruim (até porque o autor desse trabalho é negro), mas sim no sentido de cor propriamente dita, a cor negra remete a escuridão e se tratando da história estadunidense que foi um império construído a custa de sangue, roubo e descaso, foi um período escuro da história e que poucos conhecem ou dão o devido credito.

O grande império estadunidense como ficou conhecido a partir do século XX e se estendeu até hoje, sendo o país mais influente do mundo, mais poderoso economicamente, um dos mais poderosos militarmente, o país que tem cadeira cativa na bancada da ONU, entre tantas outras qualidades exercidas pelos chamados americanos, os Estados unidos estão no cenário mundial como o centro do mundo, e sua influência é notória em todos os lugares, desde a sua língua que é a mais falada no mundo (não no sentido de quantidade de paises falando, nessa classificação o inglês seria a terceira língua mais falada e sim no sentido de que é a língua que mais pessoas falam no mundo diariamente)¹, mas alguém pode dizer que o inglês não é de origem estadunidense, mas mesmo assim fica claro que não é por cauda da influência da Inglaterra nos dias atuais que se estuda, se fala ou se escreve o inglês, e sim pela influência dos Estados unidos da América.

Desde a cidade mais influente do mundo conhecida como Nova York, passando pelos seus fast food presente em todo mundo como o Mcdonalds, seu maravilhoso parque temático como a Disney que é conhecido em todo o mundo, inclusive por causa dos seus desenhos que são exibidos há muitos anos em inúmeros países, seus filmes e estrelas de Hollywood, suas músicas que às vezes as letras são vazias e fúteis, mas já que são cantadas por grandes estrelas americanas fazem sucesso em todo mundo. Só no Brasil mais de um milhão de pessoas viajam para os Estados unidos todo ano, em busca de trabalho, dinheiro, passeio, diversão, entre outras coisas, enfim hoje os Estados Unidos é visto como o país da oportunidade, o país da liberdade e todos vão em busca do sonho americano.

Mas o que muitos não sabem é que os Estados unidos se transformou nessa grande potência mundial com tantas atratividades e esperanças, riquezas através de submissão, imperialismo, roubo e sangue, e é exatamente isso que vamos discutir a partir de agora entendendo desde a sua independência até os dias atuais como se desenvolveu a história estadunidense no mundo.

É estranho imaginar como alguém que se considera subjugado, que se considera injustiçado, roubado e sem direito a liberdade que todos devem gozar podem após conseguir todos os seus direitos, subjugar, privar de liberdade a outros, roubar alguém e foi exatamente isso que aconteceu aos Estados unidos da América.

A independência dos Estados unidos é considerada a primeira revolução americana, as treze colônias americanas que se formaram a partir do século XVII, queriam a definitiva independência de seus colonizadores ingleses. Nas treze colônias haviam desigualdades, enquanto as colônias do sul era basicamente representadas por grandes fazendas e produtos tropicais cultivados por escravos, no norte as colônias era baseadas nas pequenas propriedades e colonos livres.

Por causa do clima no norte os produtos agrícolas produzidos por eles eram iguais aos da Europa causando assim pouca lucratividade, enfraquecendo o comércio com a metrópole, pois não havia muitos produtos exportados para lá e vice-versa, pois o frete ficava caro. No entanto as atividades dos colonos nortistas ultrapassaram as fronteiras da nova Inglaterra, começaram a surgir triângulos comerciais o que mais destaque foi o que exportava produtos para as Antilhas, produtos como peixe, gado, em Nova York e na Pensilvânia transformavam o melaço em mais rum e açúcar que era torçado por escravos africanos e eram exportado para as Antilhas. A Partir daí outros triângulos foram surgindo como por exemplo o da Filadélfia, Nova York que trocavam produtos na Jamaica por melaço e açúcar, esses produtos eram levados para a Inglaterra e trocados por tecidos, ferragens que eram trazidos para a Filadélfia.

Quando o comércio interno nas colônias começou a crescer a ponto de concorrer com o comércio com as metrópoles a Inglaterra começou a agir sobre esse problema, começou então a surgir atritos que resultariam na emancipação das treze colônias. Durante os anos de (1756-1763), a Inglaterra entrou em uma guerra contra a fraca a conhecida guerra dos sete anos, com a vitória inglesa ela se apossou de alguns territórios das colônias francesas, mas para os americanos nada disso importariam se a metrópole não resolvesse aumentar a taxa de impostos e os direitos da coroa sobre eles para pagar os custos da guerra. Além de tudo essa medida da metrópole sobre os colonos tinha como objetivo punir os mesmos por durante a guerra ter cedido homens para batalhar ao lado dos franceses e por fazer negócios com os franceses no Canadá e nas Antilhas. Tudo isso decorreu em várias crises de relacionamento entre as colônias e a metrópole, a Inglaterra aprovou uma medida que enviaria uma força militar de 10 mil homens para as colônias além de cria leis sobre os produtos americanos a lei do açúcar e a lei do selo.

Lei do Açúcar: esta lei estabelecia novas taxas alfandegárias sobre grande quantidade de produtos estrangeiros, entres estes estava o melaço antilhano, que era importante para a fabricação de rum e açúcar.

A Lei do Selo: esta lei exigia que fossem colocados selos em documentos legais, contratos comerciais, jornais e até em baralhos. Esta lei desagradou muito aos colonos, que protestaram, e fizeram uma reunião em Nova York, em 1765, o Congresso da Lei do Selo, que, mesmo afirmando serem fieis a Coroa, decidiram boicotar o comercio inglês. O resultado foi à revogação desta lei e a redução das taxas sobre o melaço.

Além de tudo isso havia nas colônias uma revolução ideológica que os colonos estavam sendo cada vez mais influenciados pelas idéias iluministas que aumentava o desejo de serem independentes e livres.

Além dessas duas leis citadas acima ainda existiram outras leis como a lei do chá que dava monopólio desse comércio a companhia das índias orientais, a companhia transportava o chá das índias para a América, isso acarretou um grande prejuízo aos colonos americanos, a lei da moeda no ano de 1764 que proibia a emissão de dinheiros na colônia servindo para limitar a alta de preços dos produtos agrícolas e tornavam a situação dos colonos cada vez mais difíceis.

Podemos ver até agora que a Inglaterra estava tentando de toda maneira continuar com o controle das colônias e deixa-las cada vez mais submissas a sua boa vontade, todas essas leis e outras que não foram citadas acarretaram em inúmeras revoltas dos colonos que queriam se desvincular da metrópole para poderem ser independentes. No ano de 1774 foi organizado o primeiro congresso continental da Filadélfia, sem intenção separatista, apenas para fazer uma petição ao rei que revogasse todas essas leis extremistas que desfavoreciam aos colonos, porém o segundo congresso continental da Filadélfia no ano de 1775 já assumia de forma direta e cara a idéia separatista, a Virgínia foi à primeira colônia a se declarar independente quando em 1776 tomou a iniciativa de proclamar a declaração dos direitos humanos, porém em quatro de julho de 1776 todos os delegados das colônias na Filadélfia foi promulgada a declaração de independência redigida por Tomas Jefferson. Durante os anos de 1776-1783 ocorreu o que conhecemos como guerra da independência, para os colonos eles estavam independentes desde o quatro de julho de 1776 quando foi promulgada a declaração da independência no entanto a metrópole não aceitou a independência das colônias declarando guerra a mesma, os colonos sabiam que não poderiam vencer sem o auxílio de uma potência européia e foi o que aconteceu, a França se aliou a independência americana não porque estava interessado na independência e sim porque seria uma oportunidade de ver sua rival a Inglaterra derrotada e fragilizada e foi o que realmente aconteceu, no ano de 1783 a Inglaterra sem mais nenhuma opção teve de reconhecer a independência dos Estados Unidos da América pelo Tratado de Versalhes. As fronteiras do novo país foram assim bem estabelecidas, a saber: ao noroeste, nos Grandes Lagos; a oeste, no rio Mississipi.

As colônias americanas lutavam mais diretamente contra a submissão. Exploração, e abuso da metrópole do que contra a independência propriamente dita, esse é um ponto crucial para entendermos a história americana posterior, como pode um país que lutou em suas origens contra tudo isso fazer exatamente a mesma coisa pouco tempo depois?

Após a independência das treze, ocorreu o que conhecemos hoje como a segunda revolução americana também conhecida como a guerra de secessão, foi uma disputa civil ocorrida nos Estados Unidos que colocavam frente a frente às colônias do norte, conhecidas como nortistas e as do sul conhecidas como sulistas. A grande diferença dessas duas regiões era o modo de produção econômica, nas colônias do norte a produção econômica era basicamente industrializada, onde a escravidão estava totalmente ou teoricamente extinta, o nível de desenvolvimento era tamanha em comparação as do sul que os próprios escravos eram alfabetizados, pelo motivo de que o norte era infinitamente influenciado pela doutrina protestante em que a leitura da Bíblia é o ponto fundamental, já as colônias do sul eram extremamente rurais e agrícolas, e o reduto americano da escravidão se localizava exatamente no sul, (...) principalmente nas regiões produtoras de tabaco e algodão, na Virgínia, Geórgia e Maryland. ²

Sendo o escravo uma mercadoria de extrema importância, tanto que Leandro Karnal em seu livro A história dos Estados Unidos. Das origens ao século XXI,

Afirma que ter um escravo era como, por exemplo, ter um bem valioso e que a quantidade de escravos significava prestígio social. Os sulistas eram extremamente vinculados a terra, e os escravos eram o motor principal da locomotiva que fazia a economia das colônias do sul andar, esse era o principal fator que impedia os sulistas de serem a favor da abolição, pois seria como, por exemplo, não haver mais máquinas agrícolas nos dias atuais para fazer o trabalho rural, os homens teriam que trabalhar, automaticamente a produção iria diminuir e muito ou talvez até ruir.

A questão escravista acirrou ainda mais a disputa entre os nortistas e os sulistas, um tanto quanto influenciados pela doutrina protestante dos nortistas que pregava a igualdade para todos, pois todos eram filhos de Deus e mereciam ser tratados como tal. Mas não podemos esquecer que esse não era o único motivo, havia logicamente interesses econômicos do norte que a escravidão sulista privava. Além disso, havia uma ideologia em que os Estados Unidos era um país abençoado por Deus, eram o povo escolhido então deveriam ser superiores aos outros, uma idéia de destino glorioso, “A partir disso, desenvolveu-se a idéia de ‘destino - manifesto’: seria uma missão espalhar a concepção de sociedade norte-americana para as regiões vistas como carentes e necessidades de ajuda”³.

A idéia imperialista americana surgiu dessa ideologia de destino - manifesto, onde sempre se mostrou a idéia de “América para os americanos” mais viva do que nunca, os países da América deveriam ter seus problemas resolvidos dentro da própria América, sem a intervenção de países europeus e exploradores, junto com a política de civilização e progresso, Leandro Karnal mostra que também lia-se democracia e liberdade.

Podemos ver essa idéia de destino – manifesto na prática com a anexação do Texas pelos Sulistas, mas com o total apoio do governo americano. O México se tornou independente em 1821 e herdou o Texas que pertencia à Espanha, mas havia os Estados Unidos que insitiam em querer essa faixa de terra, os mexicanos, no entanto fizeram um acordo com dois americanos Moses e Stephen, ambos elas colonos, esse acordo garantia aos americanos o uso de uma grande quantidade de terra, além da permissão para a entrada de americanos, para servir de agentes da colonização. Atritos então surgiram quando chegavam escravos americanos ao México e o governo mexicano abolia todos, já que a escravidão no México estava proibida, além disso, forçavam a todos a se converterem ao catolicismo, por essas desavenças posteriormente no ano de 1830 a governo mexicano proibiu a entrada de mais imigrantes no Texas, pois cada vez mais os americanos chagavam no Texas, mais os americanos desrespeitavam a legislação Mexicana. A tensão aumentou tanto que Stephen foi apresentar as reclamações americanas ao governo mexicano, além de não ser ouvido ainda ficou preso por mais de um ano, os Estadunidenses que viviam no Texas iniciaram uma revolta e declararam a independência da região no ano de 1836, adotando uma república, a até mesmo uma constituição, logicamente como não poderia de ser apoiada pelo governo americano, baseada na constituição americana.

O governo mexicano estava disposto a não perder o território texano, armou uma esquadra com quatro mil soldados para invadir o forte de Álamo, local estratégico dos colonos americano para lutar contra os indígenas, por exemplo.

No lado mexicano um general chamado Sant’ana procurava fazer de alguma maneira que os americanos respeitassem as leis do México e que a região que era deles não separasse, e que era inadmissível que suas terras que a muito tinham lutados contra a independência espanhola, submissão e exploração fossem novamente roubadas por pessoas vindas de outro país, resumindo o que os mexicanos queriam era viver em paz sem morte nem submissão nem roubo por outros países. Para os americanos era inadmissível que fossem humilhados por um ditador.

Sant’ana atacou o forte de Álamo, a superioridade numérica mexicana foi um dos fatores que favoreceu sua vitória, um verdadeiro massacre com a morte de vários colonos americanos, em resposta o governo americano formou uma tropa vinda dos Estados Unidos para lutarem/vingarem seus compatriotas, os mexicanos foram derrotados em 1836, além de perder seu território que a muito havia sido subjugado pelos espanhóis e com muita luta haviam sido libertos, os mexicanos tiveram que aceitar a derrota e ainda perderem outros territórios que ia até o Rio Grande.

Esse foi um dos meios com os Estados Unidos conseguiram territórios, através de morte, guerra, luta imposição militar e medo, o Texas que era território mexicano, foi roubado pelos estadunidenses, o governo mexicano nunca imaginaria que ao permitir a entrada de colonos americanos para usarem suas terras acabariam sendo roubados. Para alguns o termo ‘roubar’ usado nesse parágrafo soa muito forte, para aqueles que acredita ser normal os exemplos existentes na história de que a civilização superior tem por obrigação subjugar a inferior esse é um caso típico, mas permita-me ser totalmente imparcial neste momento, não usando de entrelinhas para isso e sim sendo direto, não podemos esquecer de como se formou esse tão grandioso país que tanto influencia a nossa vida hoje.

Poderíamos parar por aqui com o exemplo texano, mas temos que mostrar a “negra” história estadunidense como realmente aconteceu, além do Texas que foi tomado pelos americanos temos outros exemplos como o Novo México e a Califórnia.

Após conquistar o Texas o presidente estadunidense James Polk (1845-1849), decidiu expandir ainda mais o território americano, agora ele queria a Califórnia que também fazia parte do México, o presidente tinha interesse no comércio marítimo que a localização da Califórnia continha, os mexicanos mais uma vez não quiseram acordo diplomático, isso deixou claro para os Estados Unidos que a única solução seria outra guerra que realmente ocorreu, com outra vitória americana no ano de 1848, onde os mexicanos assinaram um tratado chamado de Guadalupe-Hidalgo, que reconhecia a fronteira do Rio Grande e ainda passava para os Estados unidos a Califórnia e o Novo México. Após esses golpes americanos sobre o México no século XIV, onde os Estados Unidos usou todo seu poder militar para conseguir seus propósitos, sem levar em conta os interesses do México.

Porém não levando em conta quantas pessoas já haviam morrido, sofrido, por causa da ganância estadunidense de enriquecimento e expansão territorial, os Estados Unidos entraram em outra guerra a chamada Guerra Hispano-americana. A guerra hispano-americana consistiu em uma guerra doas forças americanas contra as forças espanholas que continuavam colonizando a América central. Na década de 1890, o Porto rico e Cuba ainda continuavam como colônias da Espanha, sendo assim com toda boa vontade e com a política da doutrina Monroe: “América para os americanos”, os Estados Unidos que desde o século XVIII com alguns dos seus antigos políticos como por exemplo: Thomas Jefferson, John Adams, James Monroe, consideravam Cuba e Porto Rico como apêndices naturais dos Estados Unidos, se disponibilizaram para tirar os Cubanos do julgo espanhol. Está claro que desde antes da guerra civil os Estados Unidos tinham a intenção de anexar Cuba ao seu território e viu nessa revolta de independência cubana um ponto de como conseguir tal feito. A intenção americana de anexar não só Cuba mas algumas outras ilhas da América Central seria a de possuir total liberdade para o comércio marítimo nessa área, e dessa forma entrar na corrida imperialista que já estava em vigor na Europa, para afirmar isso voltaram mais uma vez a idéia de destino manifesto. O presidente William McKinley e todo o congresso reconheceram como legítima a causa cubana de independência e que como país americano deveriam auxiliar outro país americano. Dessa maneira os Estado Unidos mandaram para a ilha cubana um navio com a intenção de proteger os cidadãos e as propriedades norte-americanas, porém no ano de 1898, uma explosão afundou o navio, chamado de Maine, matando cerca de 260 pessoas, apesar de não se saber quem foi o autor da explosão, muitas são as especulações que rondaram essa explosão, alguns dizem que foram os próprios americanos, outros dizem que foi apenas uma explosão casual no porão do navio, os Estados Unidos no entanto responsabilizou a Espanha pela explosão, dessa maneira o incidente foi o pretexto que os Americanos queriam para declarar a guerra contra a Espanha, a guerra não foi lá tão acirrada pois no mesmo ano em 1898 os Estados Unidos derrotaram a Espanha, tanto que o secretário de estado americano declarou que essa guerra foi “uma esplêndida guerrinha”. Com a vitória os Estados Unidos anexaram ao se território mais alguns territórios dessa vez foi anexada ao território estadunidense à ilha de Porto Rico, as Filipinas, na Ásia, além das ilhas de Guan e Havaí.

Com os espanhóis derrotados com a ajuda dos Estados Unidos, Cuba seria definitivamente independente e poderia agora ter sua própria autonomia, isso seria o lógico, mas não de acordo com os Estados Unidos que após a suposta independência cubana declararam que: “Sem a sua atuação, os cubanos jamais teriam se ‘livrado da Espanha’ e tornou Cuba um protetorado norte-americano. Entre os anos de 1898 e 1902, a ilha esteve sob controle de uma junta militar, com o comando do general Leonard Wood”4.

Com o final da guerra os Estados Unidos não garantiram a independência prometida a Ilha de Cuba, além de anexar aos seus territórios algumas ilhas da América Central e Caribe, não permitiu como tinham prometido a Ilha de Cuba a sua independência, ao contrário disso, ocupou Cuba alegando que sem eles os cubanos ainda estariam sob o jugo espanhol.Quatro anos após o fim da guerra e a posse americana de Cuba resolveram finalmente sair do país, porém não de mãos vazias, criaram um dispositivo onde garantiria a sua ação na região, os Estados Unidos forçaram e conseguiram incluir emenda à constituição cubana, essa emenda possibilitava o aos Estados Unidos total direito de intervir em números assuntos cubanos, com a ‘desculpa’ de manter a ordem e a estabilidade do país, no entanto está mais que claro que o que os americanos queriam era simplesmente ter poder sobre Cuba, dentro essas emendas os Estados Unidos teriam o direito de comprar terras cubanas, a pressão estadunidense a Cuba foi tão grande que até mesmo na constituição cubana os Estados Unidos interferiram, com essa ação ficou claro que todo o processo da guerra Hispano-americana foi apenas um motivo que os Estados Unidos estavam buscando para se apossar de terras na América Central e no Caribe e controlar a América central já que para eles era um lugar estratégico de comércio.

Essa ideologia de povo escolhido, superior, destino manifesto, era na verdade uma desculpa ou justificativa para a ação hegemônica norte-americana sobre outros povos, tanto que o então presidente Theodore Roosevelt (1901-1909) acreditava que a guerra era a maneira com a qual as civilizações superiores demonstrariam a sua superioridade, descartando os mais fracos e consecutivamente deixando a humanidade cada vez mais forte, essa idéia ficou conhecida como “Darwinismo Social”.

Construído então estava o império estadunidense que conhecemos hoje no século XXI e que perdurou durante todo o século XX, a custa de sangue, roubo e descaso, no século XX e XXI vemos esse grande império sempre envolvido nos principais fatos da humanidade desde a queda da bolsa em 1929 até guerra do Iraque.

Nesses dois séculos os Estados Unidos como já foi dito se tornou a principal nação do mundo, seu passado, porém, como conseguiu isso, está enterrado, esquecido, durante todo o século XX os Estados Unidos fizeram heróis e derrubaram vilões, que eles mesmos construíam como no caso de Saddan Hussein, todos nós lembramos dele como um ditador, sanguinário, sem coração, e isso também apoiado com certeza pela mídia mundial que sempre está ao lado estadunidense, em 2003 os Estados Unidos apoiado pela Inglaterra invadiram o Iraque alegando que nesse país estavam desenvolvendo armas de destruição em massa, caçado como um monstro( não pretendo fazer apologia a Saddan Hussein) foi preso e morto, hoje em 2010, sete anos após a invasão nada foi achado no Iraque, e ainda existem soldados americanos no Iraque, matando e morrendo, matando inclusive civis que nada tem a ver com a guerra, pais de família que saem de casa sem certeza de voltarem, estão presos em seu próprio país sem a liberdade de ir e vir. Como afirmei não venho aqui fazer apologia a Saddan Hussein, só venho lembrar que durante a guerra Irã-Iraque, Saddan Hussein então presidente do Iraque foi largamente apoiado pelos Estados Unidos que o fez um Herói mundial, apesar de todas as atrocidades praticadas por esse, isso deixa claro que os Estados Unidos não estão afim de se importar com o bem dos outros, e sim apenas com seus interesses, já que durante a guerra Irã-Iraque Saddan Hussein não foi tido como um ditador sanguinário, o mesmo estava lutando por uma coisa que interessava diretamente aos Estados Unidos, a queda do Irã, quando porém Saddan foi acusado de ser um ditador e os norte-americanos invadiram o Iraque foi passado em toda a mídia as atrocidades feitas por Saddan durante a guerra contra o Irã, só não foi passado que os Estados Unidos estavam apoiando a Saddan Hussein.

A chamada democracia americana é tida hoje como um exemplo mundial, só que desde sempre foi deixado bem claro que democracia é quando se obedece aos Estados Unidos, quando saem dessa linha de pensamento são chamados de comunistas, terroristas e ameaçadores da paz mundial. O mundo pelo menos os populares estão bem claros da influência estadunidense no mundo, influência para o bem e também para o mal, os Estados Unidos é hoje o país mais amado e odiado do mundo, até chegar ao ponto de pessoas ficarem felizes com a atuação terrorista quando os Estados Unidos é vítima de um ataque.

Nessas poucas páginas venho mostrar como se deu a construção do imperialismo estadunidense, seu poder militar, influência mundial, deixo claro que não sou uma pessoa que é totalmente anti-estadunidense, mas não poderia deixar de alertar o quanto foi escura e podre a história norte-americana.

Bibliografia:

1.http://www.portaldascuriosidades.com/forum/index.php?topic=52271.0;wap2

2. KARNAL, Leandro. Uma nação que se expande e se divide. São Paulo: Ed. Contexto, 2007.

3. JUNQUEIRA, Mary A. Estados Unidos: A consolidação da nação. O século XX, identidade nacional, heróis e foras-da-lei. Ed. Contexto-2001.